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A Shadow Falls (SF V) – Análise

Se você leu nossa análise no lançamento de Street Fighter V percebeu que o game chegou com doses de polêmica. O novo update do game de luta mais importante do mercado repete alguns dos erros de fevereiro. Desta feita o lançamento é cercado de desinformação por parte da Capcom e diversos fãs da franquia ficaram perdidos, afinal, mesmo após fazer o pré-download o jogo ainda não estava apto a rodar o aguardadíssimo modo cinemático, A Shadow Falls, que traria à franquia uma narrativa interessante e, até então, inédita. Importante ressaltar que o modo era ainda mais cercado de expectativa, pois, em tese, iria deixar os jogadores ávidos por um modo convencional, à lá Arcade Mode, satisfeitos. Chegaremos a conclusão se este modo supre esta expectativa até o fim da análise.

Confira o trailer de “A Shadow Falls”

Antes de começarmos a analisar a história e narrativa de A Shadow Falls é importante inserir o leitor no atual contexto do novo update. Ibuki e Balrog, dois novos personagens no quinto título da franquia, foram adicionados ao elenco original de 16 (18 se contarmos com os anteriores lançados por DLC). Acontece que desta vez não há “teste”, não há oportunidade de experimentar os personagens. Agora você precisa comprá-los via Season Pass ou FM (Fighting Money) para poder degustar os novos lutadores. A mesma nova regra vale para Alex e Guile, os personagens de DLC anteriores a esses. Há também os estilosos e convidativos novos cenários. Entre eles variações de cenários já existentes, com suas skins diurnas e noturnas e os inéditos e lindos cenários de Balrog e, como eu gosto de chamar, praia da Karin. Explicado que este último update foi bem mais robusto que o convencional, vamos, então, ao modo inédito narrativo em um título da série Street Fighter.

É hora de brilhar 

A Shadow Falls é uma surpresa agradável a série. Até então, nunca tínhamos tido uma aventura linear e imersiva narrativamente que nos contextualizasse de forma oficial sobre os personagens da mais aclamada série de luta dos games. A nova forma de contar as aventuras de Ryu e Cia demorou pra chegar, mas, chegou com pompa. Os gráficos das cutscenes estão extremamente bonitos e tudo fica mais bacana com as rotações de câmeras adotadas, dando a impressão de estarmos assistindo nossos filmes e animes. É só lamentável que a beleza gráfica nas texturas de personagens e iluminação não sejam sempre acompanhadas pelas texturas dos cenários. Vez ou outra você verá um cenário mais pobre neste sentido e até alguns serrilhados em sombras.

Ele está chegando, vindo do fogo! Respeita o moço

Complicado falar da aventura sem entregar spoilers, coisa que não farei aqui, mas, é importante dizer que a aventura é um prato cheio para quem acompanha desde sempre a série Street Fighter.  A palavra chave aqui é fan service. Se você é um fã de longa data pegará as mais sutis referências, gostará da forma como os personagens interagem entre si, a forma como os diálogos são desenvolvidos e se divertirá ainda mais com os estereótipos e as piadas que são geradas na aventura. É extremamente fascinante ver como o M. Bison, vilão absoluto da série, é realmente poderoso. Como o Ryu se incomoda com seu caminho a ser trilhado e sofre com isso. Como o Ken, acima de tudo, é um pai de família. Enfim, é uma delícia ver as nuances e evoluções de cada um dos personagens apresentados. Estamos com eles desde a década de 90 e é bacana ver como estão nossos amigos “hoje” em dia. O modo cinemático é muito feliz também em fazer inserções dos novos personagens, Rashid e Laura que o digam, e “conversar” com títulos e personagens da série que não são tão alardeados como SF II e SF IV.

Tenha certeza: Rashid vai te tirar risadas, além de ser um dos personagens mais importantes desta trama

É triste dizer que a progressão é um tanto enfadonha. Calma! Não se confunda. As linhas acima ainda são afirmativas: é uma aventura prazerosa e gostosa de se assistir. Entretanto, a Capcom pecou mais uma vez em não permitir que o jogador altere a dificuldade. Poderia criticar a decisão de ser apenas um round por luta, mas, como a aventura é substanciosa em suas mais de 2 horas de cutscenes e encontros de porrada, acaba sendo uma boa decisão manter em uma única luta. Entretanto, o desafio desses rounds únicos poderiam ser maiores. Você perceberá que a dificuldade aumenta mais próximo do fim da jornada, mas, até nas etapas finais, essa dificuldade é miníma. Alguns poderão não gostar desta postura adotada. E realmente, no início, você conseguirá derrotar seus adversários usando apenas uma das mãos.

As luas brilham, mas, Karin também. Um dos destaques desta nova fase de Street Fighter

Essa postura e decisão adotada é um grande desperdício de potencial, afinal, estes modos costumam servir como um grande convite para que o jogador conheça e experimente personagens que talvez ele não se afeiçoaria. Mas, como o desafio é tão baixo, sequer será necessário pausar o jogo para descobrir os movimentos do personagem controlado no momento. Se serve de alento, como supracitado ao longo do texto, o fanservice é caprichado e você vai se divertir com personagens não controláveis distintos que aparecem como inimigos, e neste caso um grande destaque para as dolls. Bem diferentes entre si e que mais lembram as Sailors Moon, tamanha a variedade de cabelos, formas e posturas.

Prós:

* Belos gráficos, em especial nas texturas dos personagens;
* Enredo fechado com início, meio e “fim”;
* Duração adequada;
* Muito fan service, fan service de montão. Um monte de fan service de montão;
* É gratuito;
* Dolls diferentes. Dolls de todos os tipos;
* Rashid é extremamente carismático (e importante);
* Juri.

Contras:

* Loadings entre as cenas irritam e cortam o clima;
* Alguns problemas nas texturas dos cenários aqui e acolá;
* Dificuldade inicial. Quase inexistente o desafio;
* Capcom vacila de novo no lançamento e confunde seus usuários.

Veredito:

O modo cinemático de Street Fighter V coloca o título como capaz de contar uma história muito interessante, ainda que este não seja o foco dos fighting games, e deixa o produto mais completo, mais apto a agradar também os casuais que aprenderam a amar Chun-Li, Cammy e toda sua trupe ao longo de mais de 20 anos. Ainda não conseguimos explicar a razão de a Capcom eliminar um modo arcade, que deixaria casuais e pessoas que gostam de experimentar o Ryu em single player satisfeitos. Entretanto, o novo modo vai entreter casuais e hardcores e agradará principalmente aqueles que possuem grande afinidade com os personagens da série. Vários dos momentos são muito tocantes e é impossível conter o sorriso quando você vê seu personagem favorito fazendo exatamente aquilo que você espera dele. A aventura é obrigatória para qualquer um que tenha o jogo. Prepare-se também para ganchos para possíveis sequências ainda em SF V ou no longínquo SF VI.

Planetas Gamers:

Os “Planetas Gamers” representam o sistema de “notas” das análises do Rodando Planeta Gamer. Mas, lembramos nossos leitores que os Planetas Gamers são apenas mais um parâmetro para te auxiliar a escolher se aquele game merece ou não sua atenção, tempo e dinheiro. Nosso principal método de opinião são nossas análises completas. Os Planetas Gamers por si só, sozinhos são subjetivos e sujeitos a comparações que podem não condizer com todo o conteúdo da análise completa.

1 a 1.5 Planetas Gamers = Fraco
2 a 2.5 Planetas Gamers = Ok!
3 a 3.5 Planetas Gamers = Bom
4 a 4,5 Planetas Gamers = Excelente
5 Planetas Gamers = Um conjunto bem próximo da “perfeição”. Uma obra prima de seu estilo.