Rodando Planeta Gamer

O que esperar de No Man’s Sky – Preview

Nota do Editor

O que esperar de” é a nova coluna do Rodando Planeta Gamer. Nela você terá um preview, uma prévia de um jogo recente feita por um dos membros da equipe ou de nossa comunidade. E devo dizer que é muito especial estrear nossa inédita coluna justamente escrita por um de nossos usuários. Confira já o que Gabuga está achando de No Man’s Sky e não esqueça de valorizar o trabalho dele usando o espaço de comentários.

No Man’s Sky é um jogo que no minimo divide opiniões. Seja pela proposta, seja pela falta de clareza dos desenvolvedores, seja a dificuldade de compreender o estilo do jogo. Neste texto vou me abster de comentar as polêmicas do multiplayer e dos vazamentos, e focarei na experiência que tive com o jogo até o momento.

A proposta

A proposta é a de ser um game de sobrevivência e exploração com temática espacial. Sean Murray o líder de desenvolvimento da Hello Games, produtora do jogo, sempre deixou isso claro.

Desta forma a ideia é explorar o universo do jogo recolhendo recursos para melhorar as ferramentas, nave e traje. A ambientação do jogo é toda baseada em ilustrações de livros de ficção cientifica antigos , como os do Isaac Asimov.

O destaque do jogo vai para a programação, sendo e criação de animais, plantas, planetas, galaxias e até mesmo a música toda procedural. Não confunda com aleatório. A geração procedural obedece regras para garantir que aquilo gerado seja coerente. Assim os animais desse planeta dependem da cadeia alimentar, predadores caçam herbívoros que andam em bando e dependem da vegetação, essa por sua vez depende da atmosfera e temperatura dos planetas, que depende da proximidade destes com sua estrela e por aí vai.

Por falar em planetas a quantidade deles é gigantesca: 18 quintilhões, o que torna o jogo praticamente infinito.

A ambientação do jogo é toda baseada em ilustrações de livros de ficção cientifica antigos , como os do Isaac Asimov

Os ambientes

Os gráficos do jogo não são o máximo que essa geração é capaz de produzir, com texturas e modelagem simples, temos muitos objetos aparecendo do nada nos cenários e a uma distancia bem pequena. Dito isso sobre quesitos técnicos, é necessário destacar a direção artística que é soberba. Sempre você vai se deparar com uma paisagem bonita, com elementos gráficos de encher os olhos, a ambientação foi muito acertada.

Estou no inicio do jogo com umas 15 horas jogadas, visitei 5 planetas e todos eles foram diferentes, com fauna e flora variada. É lindo explorar, com destaque para a exploração submarina onde a beleza das paisagem aumenta a níveis absurdos. Todos os planetas tem uma geografia diferente, uns com cavernas, outros montanhas, florestas, desertos, animais herbívoros, carnívoros, répteis, pássaros (ou algo parecido). Sempre estranhos, sempre exóticos, sempre alienígenas. Acredite: você pode passar horas em um planeta e ainda achar algo novo.

Todos os planetas tem uma geografia diferente, uns com cavernas, outros montanhas, florestas, desertos, animais herbívoros, carnívoros, répteis, pássaros (ou algo parecido). Sempre estranhos, sempre exóticos, sempre alienígenas

Você e suas tecnologias

As naves sempre são diferentes, tanto a que você usa como as que você encontra no espaço: são caças, naves de pesquisa, cargueiros pequenos, grandes e enormes. A geração procedural garante uma combinação quase infinita. O mesmo pode-se dizer da multool, sua arma/ferramenta do jogo. Ela varia de forma de numero de slots, assim como as naves. Já as funcionalidades depende de quais tecnologias você descobriu e conseguiu craftar, novamente do mesmo modo que as naves. Além disso é na multool que esta seu scanner para identificar formas de vida e pontos de interesse.

O seu traje também é uma parte de seu inventário, digo uma parte, pois, a outra está na nave. Explico: os slots não usados no traje e os da nave servem para armazenar o material e itens achados/mineirados, assim quanto mais slots, mais tecnologias ou material é possível ter. Cabe a você escolher o que quer, ainda é possível transferir coisas do traje para a nave e vice versa, lembrando que os slots da nave armazenam mais material por unidade. O traje também conta com tecnologias de auxílio a sobrevivência e um jetpack que te ajuda a chegar a lugares mais altos e te salva de uns tombos. Todas as tecnologias do traje , da nave e da multool tem que ser recarregadas com elementos mineirados pelo planeta.

O seu traje também é uma parte de seu inventário, digo uma parte, pois, a outra está na nave. Explico: os slots não usados no traje e os da nave servem para armazenar o material e itens achados/mineirados

O som da vida

O som do jogo é um caso a parte. O áudio das criaturas sai conforme foi programado em suas “gargantas” quando gerados e também são gerados proceduralmente, então cada criatura tem um som único o que cria um clima todo especial no jogo.

Já a musica é feita pela banda 65daysofstatic e, na minha humilde opinião, é muito boa. Pra quem quiser conferir a trilha sonora do game está liberada de graça no canal do Youtube da banda. Você pode conferir a trilha através do player abaixo também.

Gameplay

Não espere um MMO ou um jogo de ação, caso você não tenha paciência de explorar, criar e curiosidade em descobrir, sinto muito, No Man’s Sky não é pra você.

Os completistas como eu podem ter um ataque de pânico, pois, os planetas são muitos e em escala real, você pode gastar horas somente viajando pelo planeta e explorando ruínas, estações de pesquisa, cavernas e tudo mais. O jogos é vasto, o craft é muito intuitivo e buscar novas tecnologias para a nave, traje ou multool e montá-las é gratificante.

O jogo tem alguns puzzles, bem simples é verdade, e uma história envolta em algum mistério. O enredo é como um conto de ficção cientifica dos anos 50, com uma pegada de mistério e dissimulação com um lado filosófico. O objetivo? Chegar no centro do universo e desvendar esses mistérios. Eu como leitor do mestre Isaac Asimov fui fisgado de primeira.

O forte do jogo, como já foi dito é a exploração, do universo em si e dos planetas. Nos planetas você tem liberdade total, cavernas, oceanos, lagos, ciclos de dia e noite com sua criaturas e fauna. Tudo, tudo é feito para ser descoberto, explorado, catalogado e eventualmente mineirado, as dimensões como supramente citado são incríveis e o limite desta exploração é você que define.

Além da exploração você pode ser um comerciante espacial, e ser atacado por piratas no processo. Pode ser uma caçador de recompensas e caçar esse piratas ou pode ser os próprios piratas. Você escolhe sua trajetória e cria a sua história, inclusive pode ignorar o enredo do jogo logo no inicio, bastando para isso responder a uma pergunta e pronto! Não há compromisso nenhum com o Atlas, estando livre para construir a sua própria narrativa. Mas mesmo que você escolha ser orientado pelo Atlas você só terá uma linha de história a seguir, como seguir e o que fazer é com você.

Os combates com naves são legais, mas não tem uma profundidade como em Elite Dungerous por exemplo, o comercio é bem divertido com produtos valorizados em um sistema e desvalorizados em outros. Missões de caçada de recompensas são mais tensas e as de resgate, infelizmente não consegui completar nenhuma ainda. Mas, nos vídeos de gameplay que vi me pareceram simples. Atacar um cargueiro no nível que eu estou é pedir para morrer (acredite eu sei), mas, é uma experiencia tipo Luke Skywalker no X-wing versus um cruzador do Império tipo o Executor. Me senti em um filme dos anos 70/80, minha criança interior pulou de alegria (e eu também).

O combate em terra é raro, quando ocorre é tipo um FPS sci-fi, com criaturas que te atacam e os sentinelas, quanto mais dano você faz ao planeta, maior é seu nível de procurado e mais sentinelas vão atrás de você, além disso o tipo e poder desses sentinelas aumentam, podendo deixá-lo em maus lençóis.

Os combates com naves são legais […], mas, é uma experiencia tipo Luke Skywalker no X-wing versus um cruzador do Império tipo o Executor. Me senti em um filme dos anos 70/80, minha criança interior pulou de alegria

Vale a pena?

Depende, se você é assim como eu, fascinado pelo Cosmos, gosta de exploração e tem um “quê de” aventureiro. Se gosta de jogos longos e de criar uma história sua, bem vindo meu amigo, pegue a sua nave e quem sabe um dia nos nos encontraremos na vastidão do espaço, onde todos são livres para escrever seu destino, afinal o céu não é de ninguém…