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Yakuza – Retro Game Club

Fala galera!!! Yakuza 0 acabou de ser lançado para o PS4, e temos mais dois lançamentos da série planejados para esse ano, Yakuza 6 e o remake do primeiro Yakuza.

Então esse é um ótimo momento para apresentar a série para quem ainda não conhece, e para quem já conhece, relembrar um pouco do GTA japônes, tão esquisito e tão bom ao mesmo tempo.

O jogo da semana é:

Yakuza

Yakuza, primeiro jogo da série, foi lançado para PS2, no ano de 2005 no japão e 2006 nos Estados Unidos, um mês antes do lançamento do PS3, ou seja, no finalzinho da vida do grande console que foi o PS2. Desenvolvido e publicado pela SEGA, o jogo foi relançado em 2013 para WiiU junto com o segundo game, e será relançado agora em 2017, inteiro refeito (remake, portanto, não remaster) para PS4.

Trata-se de um jogo de ação/aventura, com um forte componente beat’em’up, e uma história mais forte ainda, sendo, na verdade, do lado do sistema de combate – um dos combates mano a mano mais brutais dos videogames – o principal atrativo do jogo.

Crimes, traições, lealdade, família. Esses são os principais temas de Yakuza. Apresentando uma história romantizada da conhecida casta de foras-da-lei japoneses, em Yakuza o jogador controla Kazuma Kiryu, que assume um crime cometido por seu melhor amigo, e passa 10 anos na prisão.

Ao sair da prisão, Kazuma acaba se envolvendo em diversos problemas envolvendo o seu clã, Tojo, o roubo de alguns bilhões de yens, o desaparecimento de sua amiga, e uma criança abandonada.

Tudo isso em Kamurocho, o bairro no qual a história se desenrola, e que é tanto um personagem da série quanto o próprio Kazuma, Goro Majima, e a órfã Haruka, personagens que aparecem em todos os jogos da série.

Yakuza ficou conhecido como “GTA japonês”, pela sua liberdade na exploração, pela sua história de crime, que tem muito a ver com a série ocidental, mas principalmente pelas atividades que o jogador pode curtir fora da história. Em Yakuza 1, baseball, hostess clubs, arcades.

Mas na verdade os jogos não são tão parecidos assim, principalmente porque Kamurocho deveser completamente explorada à pé, até porque são poucas as sequências com veículo no jogo, e todas elas integram a história, não existindo essa liberdade para o jogador.


Filmes sobre a Yakuza foram um gênero muito prolífico no Japão até o começo dos anos 70. Os criminosos, com seus códigos de honra e desejo de proteger os mais fracos, eram romantizados, se tornando os heróis dos filmes, em um período em que o Japão ainda se recuperava do pós-guerra.

Após esse período, o governo japonês exerceu forte pressão em cima da indústria cinematográfica, exigindo que os Yakuza não fossem mais retratados como heróis, com o objetivo de assim, direcionar a opinião pública. Os filmes Yakuza viram o se principal declínio nos anos 80, voltando aos holofotes apenas 15 anos depois, na segunda metade dos anos 90, com os criminosos novamente como mocinhos dos filmes.

Aqui do nosso lado do planeta, são dois principais agentes para o sucesso desses filmes. Takashi Miike e Takeshi Kitano.

Takashi Miike é um dos diretores mais prolíficos e ativos do Japão. Com um alcance fenomenal, ele já dirigiu de tudo, desde filmes sobre necrofilia e incesto (Visitor Q), até adaptações de jogos de videogame (Phoenix Wright, e Ryu ga Gotoku Gekijoban – o filme sobre o jogo que falamos hoje).

Mas o seu filme mais reconhecido sobre Yakuza se chama Dead or Alive, que não tem nada a ver com o jogo Dead or Alive, que fique bem claro. Trailer NSFW, devido à presença de muita violência, e boobs.


E o outro é Takeshi Kitano, também conhecido como Beat Takeshi. Comediante, apresentador de TV, dançarino, roteirista, produtor, ator, diretor. Beat Takeshi é outra lenda do cinema japonês.

Vou deixar alguns nomes aqui, todos esses filmes são sensacionais: Brother (disponível no Netflix), Sonatine, Boiling Point, Outrage, Zatoichi.

Como estamos falando de arte, vou deixar um vídeo sobre o estilo de direção de Takeshi Kitano, genial e bastante específico:


Para fechar, vou falar rapidamente sobre uma mídia/forma de arte, que não é muito falada, nem aqui, nem em qualquer lugar: Irezumi, a tatuagem japonesa.

Marca registrada dos Yakuza da velha escola, irezumi era uma forma de um membro da gangue de provar a sua masculinidade. Feita, tradicionalmente com o teborium espeto de bambu com diversas agulhas na ponta, e utilizando tintas que na sua maioria eram tóxicas, somente os mais fortes, física e espiritualmente, conseguiam cobrir grande parte de seu corpo.


Só para fechar, vai um documentário muito interessante sobre a diferença de visão e tratamento entre a tatuagem japonesa tradicional, e a tatuagem ocidental moderna. Esse é um documentário sobre Hori-Smoku Sailor Jerry, um dos principais tatuadores norte-americanos do século XX:


É isso aí galera, espero que curtam, e, como sempre, bom jogo a todos!!!

 

PS – Bônus para a galera: