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Reverse Game Club Alien – A Ascenção

Fala galera! Esse é o Reverse Game Club, onde falamos sobre filmes, séries ou animes, só para então falar dos jogos que podem estar relacionados com tais obras. Se você ainda não conhece, já falamos sobre Puella Magi Madoka Magicka, Stranger Thingse até de O Poderoso Chefão.

Esse é o primeiro post da série Reverse Game Club Alien, finalmente saindo hoje! Falamos sobre os dois primeiros filmes, e sobre um dos melhores e um dos piores jogos da franquia já lançados!

Alien

Alien, ou Alien, o Oitavo Passageiro, por aqui, é uma produção anglo-americana, lançada em 25 de maio 1979, pela 20th Century Fox, dirigido por Ridley Scott.

Bom, primeiro eu tenho que deixar claro que qualquer coisa que eu possa escrever sobre Alien vai ser muito superficial, perto da quantidade de informação disponível sobre o roteiro, produção, elenco, design e qualquer outra característica ou evento relacionado ao filme.

Reconhecido mundialmente como um dos melhores filmes já produzidos, Alien ganhou o Oscar de melhores efeitos visuais na premiação de 1980, concorrendo com o primeiro filme de Jornada nas Estrelas, e contra 007 Contra o Foguete da Morte (aquele no Rio de Janeiro, com Roger Moore, hue).

Roupa original utilizada no primeiro filme, hoje leiloada para uma coleção particular (num display animal, fala sério)

De 21 prêmios a que foi indicado, Alien levou 8, incluindo Melhor Filme de Ficção Científica no Saturn Awards, sendo que a franquia, no total, foi indicada a 75 premiações, e ganhou 35, sendo 8 do primeiro filme.

Alien: o Oitavo Passageiro tem uma nota de 97% “fresco” no Rotten Tomatoes, de um total de 102 análises. Roger Ebert, um dos críticos de cinema mais reconhecidos do mundo (e já falecido), deu quatro estrelas, de um total de quatro possíveis, e incluiu o filme na sua lista de maiores filmes do mundo.

Também é o número 33, da lista dos 500 melhores filmes do mundo, da revista Empire, produzida com base nas opiniões de mais de dez mil críticos de cinema, produtores, atores, diretores e outros profissionais do cinema.

O filme iniciou uma franquia bilionária, de filmes, jogos, livros, quadrinhos, brinquedos, jogos de tabuleiro e o que mais você puder imaginar de merchandising.

Também acabou se tornando um template para filmes de ficção científica e terror, com dezenas de imitações aparecendo nos anos seguintes.

Alien é estrelado por um dos maiores atores de seu tempo: Tom Skerrit. Também fazem parte do elenco Sigourney Weaver, Ian Holm, Veronica Cartwright, e John Hurt, em uma das performances mais icônicas de sua prolífica carreira.

Mas Tom Skerrit, apesar de ser o ator mais famoso e conceituado na época em que o filme foi lançado (além também de ter sido o mais bem pago do elenco), não é o protagonista do filme.

Ellen Ripley, interpretada por Sigourney Weaver, com 29 anos e em sua primeira atuação como protagonista, é a  Subtenente Chefe da nave Nostromo. A ideia de colocar uma mulher no papel de Ripley (que foi escrito como um homem, no roteiro), foi do diretor Ridley Scott, que queria uma heroína para o seu filme, no lugar do já tradicional action hero norte-americano. O papel rendeu à atriz um BAFTA e um Saturn, ambos por melhor performance feminina.

Tom Skerrit é Dallas, o capitão da nave rebocadora Nostromo, que se encontra em sua viagem de retorno para a Terra, com uma carga de 20 milhões de toneladas de minério, e sete tripulantes, mais o gato Jones.

Enquanto todos ainda estão em hibernação, na longa viagem de volta para casa, a nave, através de seu computador principal,  MU/TH/UR 6000 (ou Mother, ou Mãe aqui no Brasil), intercepta uma mensagem desconhecida, vinda de um planeta próximo, LV-426, acordando os tripulantes, de seu crio-sono, muito antes da data planejada.

Agindo de acordo com as ordens de seus empregadores, parte da tripulação desembarca no planeta desconhecido. Para eles, não há qualquer registro, aberto ao público, da existência de vida alienígena conhecida pela raça humana.

Mas, ao desenbarcarem no planeta LV-426, Kane, Dallas e Lambert encontram uma grande nave alienígena naufragada.

Enquanto isso, Ripley, e os engenheiros Brett e Parker, responsáveis pela manutenção da Nostromo, e muito descontentes com a posição da empresa quanto ao bônus do sindicato pelos serviços prestados à Weiland Yutani, ficam para trás para monitorar a atividade dos outros tripulantes.

Derelict, um dos designs de H. R. Giger

No náufrago alienígena, os membros da Nostromo encontram o Space Jockey, uma criatura gigante, aparentemente piloto da nave em formato de ferradura, e morto à muito, muito tempo, praticamente fossilizado.

Após mais alguma exploração, Kane encontra uma grande quantidade de ovos, ou casulos, ainda vivos aparentemente, e quando um deles se abre, uma criatura com características aracnídeas salta de dentro do ovo, e se prende no capacete de Kane, que é levado às pressas para a Nostromo, desacordado, e com a criatura ainda presa em seu rosto.

Acho que isso é o mais longe que eu posso ir na história do filme sem dar muitos spoilers, para alguma pessoa que ainda não tenha assistido o filme, agora quase quarenta anos após o seu lançamento.


Padrão semiótico de Ron Cobb para Alien

Alien sempre foi uma franquia de hard sci-fi, sem buracos de minhoca ou viagens no tempo, ou civilizações alienígenas super avançadas (oops, parece que isso mudou recentemente).

Mas uma das características mais marcantes do filme (e da série toda também, mas aqui estamos falando de Alien: o Oitavo Passageiro) é o design alienígena, idealizado pelo artista plástico suíço Hans Ruedi Giger, mais conhecido como H. R. Giger, e também o design dos elementos humanos, realizado por Ron Cobb e Chris Fobb, que haviam trabalhado anteriormente em Dark Star, de John Carpenter, e Duna, de David Lynch.

É importante dizer que, apesar dos elementos alienígenas serem mais famosos com o grande público (principalmente em razão do design da criatura), existem estudos, até mesmo, sobre a iconografia e o padrão semiótico desenvolvido por Ron Cobb para a Nostromo. Além disso font-nerds (isso é uma coisa que existe), adoram dissecar a tipografia utilizada na série. Saquem a pira toda aqui.

E então, finalmente é hora de falar sobre o trabalho de H. R. Giger. Antes que ele viesse trabalhar no filme, Ron Cobb fez um design básico da criatura que apareceria no filme. Bastante Lovecraftiana, mas talvez um tanto genérica, considerando os filmes de ficção científica que precederam Alien (como Duna, Dark Star, e Star Wars, além de toda a série original de Star Trek).

Porém, um dos roteiristas de Alien, Dan O’Bannon, havia trabalhado anteriormente com H. R. Giger, no projeto do filme Duna, encabeçado por Alejandro Jodorowski (que eu inclusive já falei aqui no Retro Game Club), e que acabou não sendo produzido.

Após ver alguns trabalhos de Giger durante a produção de Duna, O’Bannon disse: “eu nunca tinha visto nada que fosse tão aterrorizante e ao mesmo tempo tão bonitas quanto o seu trabalho”, e decidiu apresentar o trabalho de Giger para Ridley Scott, através do livro Necronomicon, publicado por H. R. Giger em 1977, e contendo um compêndio de suas obras.

Ridley Scott escolheu então o quadro Necronom IV, como base do design da criatura que hoje é conhecida como Xenomorph, Alien, ou Xenomorph XX121.

H. R. Giger também contribuiu com diversos outros designs para o filme, como o do Space Jockey, e do delerict, a nave alienígena naufragada.

Um artista com problemas de relacionamento, constantes terrores noturnos (que, segundo ele, inspiraram profundamente a sua produção criativa), e um temperamento bastante forte, a relação de Giger com os produtores, e principalmente com o estúdio, foi muito complicada, inclusive tendo abandonado a produção em certo momento.

Giger construiu o corpo da criatura, em plasticina inicialmente (massa de modelar profissional), utilizando também desde espinhas de cobras a peças de um Rolls Royce.

Enquanto isso, Carlo Rambaldi, que havia trabalhado em Encontros Imediatos de Terceiro Grau, construiu a cabeça do Xenomorph, com mais de 900 partes móveis, e um crânio humano real inserido por dentro da área translúcida da cabeça da criatura (o filme acabou de ficar muito mais macabro, não acham?).

Ah, mas para deixar o clima um pouco mais leve: sabe a baba do Alien. KY, da Johnson & Johnson. Aquele mesmo, que você já usou. Sim.

Hoje a cabeça da criatura faz parte da mostra permanente do Museu Smithsonian, junto com o “ovo” utilizado no cartaz do filme, e o corpo foi leiloado dez anos atrás.

Necronom IV

Sangue ácido (uma das características remanescentes do design original de O’Bannon), velocidade e agilidade extremas, força sobrehumana, instinto predatório, e inteligência suficiente para operar máquinas de forma básica.

Essas são as características básicas do Xenomorph, desenhado por H. R. Giger. Isso, e a forma fálica de seu corpo e crânio, bem como o seu método de matar, que se aproximação de uma violação sexual das vítimas, utilizando o seu longo rabo, ou uma segunda mandíbula extensível que sai de dentro de sua boca. A criatura é chamada, no primeiro filme, de inseto, serpente, dragão, besta, filho de Kane, e também, simplesmente, de criatura.

A violação sexual da raça humana, pela criatura, é um dos temas principais do filme, que inspirou tanto o design do monstro, quanto o próprio roteiro, e foi o trabalho do artista H. R. Giger – que ao mesmo tempo que sempre foi profundamente assustador também era muito sexual, voluptuoso até, incluindo falos, seios, lábios e genitálias por todas as suas obras – que acabou dando vida e forma à criatura, elevando o sucesso do filme à um nível atemporal.

Giger, Cobb e Fobb foram os responsáveis pelo Oscar de Melhores Efeitos Visuais que Alien recebeu, com destaque especial para o design da criatura de Giger.


 Um dos jogos que melhor consegue transferir o clima do primeiro filme, para o nosso hobby é, por acaso, um dos mais recentes jogos da franquia.

Alien Isolation

O jogo é de 2014, publicado pela SEGA, e desenvolvido pela Creative Assemblies (da série Total War. Sim, aquele mesmo). Foi lançado para PC, PS4 e XOcotONE.

Alien Isolation acompanha a história de Amanda Ripley, filha de Ellen Ripley, em busca de sua mãe, desaparecida desde a sua infância.

Agora adulta, e engenheira, Amanda é contatada pela Weiland-Yutani, através do sintético Samuels, para informa-la de que a caixa preta da Nostromo, última localização conhecida de sua mãe, acaba de ser recuperada, e está na Estação Espacial Sevastopol.

A corporação lhe oferece a oportunidade de recuperá-la, e assim Amanda embarca na nave espacial Torrens, rumo à estação.

A Sevastopol, uma estação espacial operada pela Seegson Corporation, está prestes a ser desativada, e se encontra praticamente deserta, com as comunicações danificadas, e sem pessoal capaz de permitir que a Torrens atraque.

Assim, Amanda e o restante do time da Torrens decidem realizar o embarque na estação através de EVA (extravehicular activity), mas uma explosão acaba separando-a do seu time, deixando-a presa em Sevastopol.

Em sua busca incessante por vida alienígena, APOLLO, computador da estação espacial, trava toda a estação, inclusive liberando os androides da estação, chamados Working Joe, para a utilização de força letal contra qualquer humano que encontrarem, o que acabou causando uma revolta na estação.

Isso porque os tripulantes da nave Anesidora, que encontraram a caixa preta da Nostromo, também trouxeram a bordo da Sevastopol um Xenomorph.

Assim, o jogador, no papel de Amanda Ripley, deve lutar contra os humanos insurgentes à solta em Sevastopol, os Working Joe, e por fim, o Xenomorph.

Alien Isolation é um jogo de terror em primeira-pessoa. Amanda dispõe de alguns armamentos que ela encontra pela estação, como um bastão elétrico e um revolver, mas praticamente todos eles são de pouca utilidade contra os resistentes androides trabalhadores, e de nenhuma utilidade contra o Xenomorph.

Para isso, ela deve também utilizar de sua habilidade em engenharia, para construir dispositivos explosivos, inflamáveis, de dissimulação, para assustar ou chamar a atenção dos androides e do Xenomorph.

A atividade do Xenomorph através do jogo é controlada por uma inteligência artificial, que “posiciona” a criatura de acordo com a atividade do jogador. Ficar parado por muito tempo, disparar as armas sem motivo, fazer muito barulho correndo, são todas atividade que “atraem” a atenção do Alien, e são capazes de libertá-lo em uma área.

Mecanicamente, essa inteligência artificial define o lugar e o momento do spawn do Alien, sendo que o Xenomorph costuma surgir de dutos de ventilação, ou outras áreas obscurecidas, sendo que apenas pouquíssimas situações são guiadas por scripts.

Apenas na dificuldade mais alta, lançada através de um update após a publicação do jogo, é que o Alien se torna uma presença permanente, sem se “teleportar” de um duto para outro, situação que, nas dificuldades mais tradicionais (inclusive no hard), davam um tempo para o jogador respirar.

A produção do jogo fez uso extensivo da iconografia, e do guia semiótico desenvolvido para Alien, o Oitavo Passageiro, aproveitando até um ou outro design que ficaram de fora do filme original, principalmente de Rob Cobb e de Moebius (que só esteve conectado à produção do filme durante algumas semanas).

O objetivo do time de desenvolvimento era manter o design do “futuro dos anos 70” do filme original – praticamente abandonado por diversos jogos, bem como por Prometheus, e levemente presente em Covenant, mas isso tudo eu vou tratar outro dia.

Uma das pequenas modificações feitas pelos desenvolvedores foi nas pernas do Xenomorph, que agora são recurvadas, como as pernas traseiras de animais quadrúpedes (e também da maioria das representações artísticas do cão, do tinhoso, daquele que a pele não gruda).

Isso foi feito porque Amanda pode se esconder embaixo de mesas, e outros objetos, e passa algum tempo olhando para as pernas do Xenomorph, e assim, é mantido a sensação desagradável, objetivo final de um jogo de terror.

Jogaço, sensacional, essencial para qualquer um que curta jogos de terror, ou que curta a franquia Alien. Minha única reclamação é que o jogo é um pouco longo demais. Eu terminei o jogo com aproximadamente 25 horas de jogo, na dificuldade hard, que é a dificuldade indicada pelos desenvolvedores.

É também o único jogo da franquia referenciado no guia The Weiland-Yutani Report, um guia institucional, supostamente desenvolvido pela corporação, sobre os Xenomorphs.

Vou dar até nota porque esse jogo merece.

4 planetas, de um total de 5.


Aliens

A sequência perfeita. Dirigido agora por James Cameron (de Exterminador do Futuro e Avatar), Aliens, ou Aliens, o Resgate, por aqui, é um filme anglo-americano de 1986, e sequência de Alien: o Oitavo Passageiro. Foi filmado em Londres, nos estúdios Pinewood, e em uma termoelétrica desativada.

O filme teve, somente nos cinemas, um retorno médio dez vezes maior que o investimento inicial, tendo custado por volta de 18 milhões de dólares, com um retorno de 180 milhões de dólares. Teve sete indicações ao Oscar, mas infelizmente não levou nenhuma.

O primeiro Alien é claramente um filme de haunted-house, ou, casa mal-assombrada, muito populares nos anos 40 e 50. Um grupo de pessoas, em um lugar isolado do resto da população, preso, e que se vê diante de uma ameaça mortal. Aliens, por sua vez, é um filme de guerra.

Com um roteiro anunciadamente inspirado na guerra do Vietnã, Aliens não é um filme de um grupo de caminhoneiros espacias tentando voltar para casa, mas sim, um filme sobre um grupo de soldados em uma missão de reconhecimento e resgate.

Ripley retorna, e descobre, ao acordar, que se passaram cinquenta anos desde a sua fuga no final do primeiro filme. Mantida em stasis, e à deriva, ela agora acaba de ser acordada pela Weiland-Yutani, e de descobrir que sua filha, Amanda Ripley, com 11 anos no final de Alien, agora faleceu em razão de um câncer, aos 66 anos.

Uma curiosidade: qualquer menção à Amanda Ripley foram retiradas da edição cinematográfica do filme pela produtora, para reduzir um pouco a sua duração. Mas os cortes foram desfeitos já na primeira exibição televisiva do filme, em 1989, e então no lançamento da Special Edition do filme, em 1992, que inclusive adicionou algumas cenas que os efeitos visuais ainda estavam incompletos quando o filme foi lançado nos cinemas. Outra curiosidade, a foto que Ripley recebe de sua filha, já idosa, é na verdade uma fota da mãe de Sigourney Weaver, a atriz britânica Elisabeth Inglis.

Ripley aceita a missão de retornar a LV-426, após descobrir que uma colônia humana foi montada no planeta, durante a sua hibernação, e que todas as comunicações com tal colônia foram cortadas recentemente. Assim, ela embarca na nave espacial USS Sulaco, na companhia dos Colonial Marines. O filme conta com Michael Biehn (Exterminador do Futuro), Lance Henriksen (Contatos Imediatos de Terceiro Grau, e também Exterminador do Futuro), e Bill Paxton (adivinha? Sim, Exterminador do Futuro).

Em LV-426, Ripley e os Colonial Marines encontram uma infestação de Aliens, que rapidamente diminuem os números do soldados enviados para o planeta (é uma lua, na verdade), e leva ao desespero dos poucos que sobraram, e também à algumas das melhores cenas de ação da história do cinema.

H. R. Giger acabou sendo dispensado de Aliens, recebendo, inclusive, uma carta com um pedido de desculpas por James Cameron, que afirmou querer trazer sua própria interpretação às criaturas do filme. É a primeira vez que alguém usa a palavra Xenomorph, nome oficial da espécie da criatura.

Como o primeiro, Aliens é universalmente adorado. Roger Ebert de 3.5 estrelas de um total de 4, é o número 30 dos 500 maiores filmes de todos os tempos da revista Empire, e possui uma note de 98% no Rotten Tomatoes. A Empire também o elegeu como a melhor sequência de todos os tempos, e a revista Entertainment Weekly o elegeu como o segundo melhor filme de ação, somente atrás de Duro de Matar.

E, para quem não pode assistir filmes de terror, como nosso amigo com múltiplas cirurgias cardíacas, ou que não gosta muito de filmes de terror, pode assistir direto Aliens, que é um dos melhores filmes de ação de todos os tempos, reduzindo ao mínimo os elementos próprios de filmes de terror, mas aumentando muito a intensidade do filme.


É engraçado como um dos melhores filmes do mundo, e também um dos melhores filmes da franquia (ainda prefiro o primeiro), inspirou um dos piores jogos dos últimos anos.

Alien Colonial Marines

Aliens: Colonial Marines é um jogo desenvolvido pela Gearbox, de Borderlands, e publicado também pela Sega, que é quem detém os direitos da franquia hoje, desde 2006. O jogo foi anunciado em conjunto pela Sega e pela Gearbox em 2008.

Trata-se de um jogo de tiro em primeira pessoa, que acompanha um grupo de Colonial Marines que parte em resgate da nave USS Sulaco.

O jogo tornou-se profundamente infame hoje, primeiro em razão da desenvolvedora, que é reconhecida pelo seu ótimo trabalho em Borderlands, mas que entregou em Alien colonial marines um trabalho sofrível.

O jogo também ficou conhecido por apresentar diversas promessas durante a produção e o seu período de marketing, que não foram entregues no produto final.

Inclusive, o jogo era apresentado como uma parte canon da mitologia da franquia (papel esse que Alien Isolation cumpriu com maestria), até mesmo ressuscitando um personagem falecido em Aliens, e se utilizando do ator original.

Outros problemas surgiram. O jogo não era só ruim, era também quebrado, cheio de glitches e bugs. Todo o sistema de iluminação apresentado antes do lançamento foi removido da versão final, deixando o jogo bastante datado.

Além disso, o jogo foi acusado de não respeitar a mitologia já estabelecida pelos filmes e outras obras da franquia, e de transformar o Alien em um inimigo genérico de jogos de tiro, bucha de canhão e facílimo de matar, coisa que nem jogos muito mais antigos e limitados tinham feito.

O demo off-hands de gameplay exibido na primeira E3 que o jogo foi apresentado? Falso, foi na verdade uma animação produzida com alguns assets do jogo, e inclusive com alguns não utilizados na versão final. Esse demo:

E depois do lançamento começaram a surgir mais tretas. Sega pediu desculpas e fez de tudo para que todo mundo esquecesse do jogo. BestBuy vendendo cópias digitais do game por 1 dólar (foi a que eu comprei).

E a Gearbox só faltou xingar os jogadores. Eles acabaram jogando a culpa em um outro estúdio (Timegate), que teria sido contratado pela Gearbox enquanto essa trabalhava nos seus projetos próprios.

Subcontratar estúdios menores para realizar alguns partes do desenvolvimento é comum hoje em dia, outro caso bastante discutido foi da Eidos, que teria passado para um estúdio parceiro realizar a produção das batalhas contra os chefes em Deus Ex Human Revolution, e que acabaram sendo um dos pontos mais criticados do jogo.

Mas em Alien Colonial Marines, supostamente a Gearbox passou o desenvolvimento integral do game para outro estúdio, com muito pouco tempo disponível até o lançamento já anunciado, e ainda com quase nada do jogo pronto.

No fim das contas, e depois de muitos patches e updates, e um ou outro mod, o jogo foi recuperado, e vale a pena ser jogado hoje, ainda que seja somente pela experiência de se ver um jogo que podia ter funcionado embaixo daquilo tudo.

Mas não é, nem de longe, um dos melhores games da franquia, nem mesmo perto dos outros FPS inspirados em Alien. Tudo culpa da Rebelion. Mas isso vai ficar para outro dia.


É isso aí galera, espero que curtam, e semana que vem a gente continua, com inspirações, imitações, e um review de mais um dos melhores jogos da franquia, pelo nosso amigo Vinicius.