Vinicius volta a escrever pro RPG. Na primeira vez você leu a opinião dele a respeito do Steam World Heist. Agora ele faz um crossover com a coluna mais que completa do Munnrah sobre a franquia mundialmente amada e lucrativa, Alien. Leia já a análise dele sobre Aliens: Infestation, um metroidvania feito tão caprichadamente que nem parece ser licenciado.
E assim como o Vinicius, você pode escrever seu texto para publicarmos aqui no RPG. Pode ser uma análise, um artigo, um TOP games da sua plataforma favorita, etc. Se tiver interesse em divulgar seu texto para a comunidade pode entrar em contato através da aba Fale Conosco.
Originalmente Aliens: Infestation era uma versão portátil do infame Aliens: Colonial Marines. Quando o Colonial Marines (CM) começou a ter problemas de produção, este jogo foi cancelado, mas, após algum tempo, quando os problemas inicias foram resolvidos Infestation ganhou uma nova vida. Entretanto, dessa vez se distanciando do CM, e virou uma historia original, com apenas algumas ligações com CM.
Arte
Quem conhece o trabalho da Wayfoward já espera esse tipo de coisa deles: sprites lindos e bem detalhados. Os cenários são similares aos do segundo filme, seguindo aquele visual meio gótico, meio futurista que os filmes possuíam, com muitos detalhes tanto no background quanto no foreground. Os inimigos, sejam eles Aliens ou robôs, receberam o mesmo tratamento, dando pra ver cada protuberância na pele dos aliens e cada peça nos robôs. E até os personagens jogáveis são distintos, o jogo possui 19 personagens jogáveis, e eles não diferem somente nas mugshots, feitas pelo veterano dos quadrinhos Chris Bachalo. Cada um possui animações próprias que não são divididas com qualquer outro personagem, que ajudam a mostrar a personalidade deles, como por exemplo um marine que nas salas de save fica brincando com uma lanterna ou outra marine que joga o capacete no chão e apoia a perna nele pra descansar. E é interessante notar como o tempo que o Chris Bachalo passou desenhando X-men afetou os personagens, porque vários de seus personagens parecem com membros da equipe mutante, seu primeiro personagem, sargento Cameron, se parece com o Wolverine.
E falando em animações, os inimigos infelizmente possuem menos animações que os personagens jogáveis, mas isso ajuda a dar um ar mais incomodo pra eles, como os robôs que ganham movimentos duros e inorgânicos ou os aliens que se movem do chão para o teto em poucos frames e isso da uma certa sensação de desconforto em relação a eles.
História
A historia do jogo faz uma ponte entre Alien e Alien 3, acontecendo alguns dias após o segundo filme, e usando vários elementos do script original de Alien 3, como a U.P.P. (Union of Progressive People, ou Rússia).
No mais a historia é similar a Aliens, aonde um grupo de Marines deve investigar um lugar que perdeu contato com com seus contratantes, nesse caso a nave Sulaco, para investigar o desaparecimento dos membros da tripulação, e no processo descobrem a presença de membros da U.P.P. e isso os leva a explorar outras áreas (como uma base em uma das luas de marte ou a colônia do filem Alien) até o encontro com os Aliens.
Um ponto que a historia sofre é que como todo filme da serie, sempre termina com os militares querendo usar os Aliens como armas.
Um ponto positivo é como o dialogo muda conforme a personagem que você estiver usando.
Som
Simplesmente fantástico, a música soa como os primeiros filmes da série, com um ritmo duro e industrial, e tocada de maneira baixa que pode ser confundida com som ambiente.
E os efeitos sonoros não ficam para trás com os passos dos marines ecoando nos corredores abandonados, ou as armas que soam como nos filmes, com destaque para a Minigun, que possui aquele som abafado mas distinto, e os Aliens, que soam idênticos aos filmes com seus gritos agudos estridentes quando morrem.
Gameplay
Outro elemento é o sistema de vidas, que hoje em dia é um tanto arcaico, mas esse jogo encontrou um jeito incrível de moderniza-lo. Você começa o jogo com 4 marines, e conforme o jogo progride você encontra mais marines escondidos, e eles são suas vidas, se você perde um marine você pode tentar resgata-los (mais disso em um minuto), ou ir atrás de outro marine pra substituí-lo, mas tomando muito cuidado pois existem apenas 19 deles (contando os quatro com os quais você começa), e se todos morrerem é Game Over, man.
Outro elemento é o sistema de vidas, que hoje em dia é um tanto arcaico, mas esse jogo encontrou um jeito incrível de moderniza-lo.
E a jogabilidade se mantém fiel ao lore da serie, quando um marine é morto por um Alien, ele na verdade é carregado para o ninho, onde você tem 5 minutos pra ir resgata-lo e se falhar ele morre, mas, caso consiga resgata-lo ele se reunirá à equipe. Entretanto, na próxima vez que esse personagem morrer, um chestburster sairá de seu peito, aumentando a quantidade de inimigos na área onde você estiver em um. Outro detalhe interessante, é que matar inimigos à queima roupa irá espirrar seu sangue ácido em você, o que tira uma quantidade decente de vida. E pela primeira vez nos jogos dos Aliens ser atacado por um Facehugger não é uma morte instantânea, pois quando eles atacam, inicia-se um quick time pra que você possa se salvar.
E para combater a ameaça Xeno, o jogo conta com 4 armas, uma pistola básica com munição infinita (que será usada, no máximo pra matar Facehuggers), um Pulse Rifle (similar aos dos filmes, que também lança granadas), um lança chamas (que será usado pra abrir certas portas e possui munição infinita) e a Minigun. Todas elas podem ser melhoradas ao encontrar kits de upgrade. Granadas também são usadas para abrir caminhos secundários e facilitar o combate contra os Xenos. Mas, não é só de armas que vive um Marine, o jogo permite que os marines rolem por baixo dos inimigos, atire na diagonal, corra, arranje cobertura e atire as cegas por cima da cobertura, infelizmente uma coisa que não funciona muito bem é virar de costas pra tentar mudar de direção, é um movimento duro e demora alguns segundos pra acontecer. Entretanto, nada disso valeria a pena se os inimigos não fossem ameaças, e para isso cada tipo de inimigo enfrentado no jogo conta com seu próprio arsenal, como robôs com sua durabilidade superior, ou aliens que atacam pelo teto, buracos no chão, e até do background e ainda usam suas caudas e sangue acido contra você. Outro elemento da serie é poder pilotar o Power Loader em alguns momentos, que infelizmente são poucos e nenhum contra os chefes.
Quanto ao hardware do DS, o jogo faz um bom uso do mesmo, com a tela de cima exibindo a ação o tempo todo e a tela debaixo exibindo seus marines e seu equipamento, e com apenas um toque pode se trocar pelo mapa com o detector de movimento. E o interessante é que sempre se estiver com o mapa aberto, e se chegar a um ponto que se precisa do maçarico pra abrir uma porta soldada, por exemplo, o mapa se fecha e mostra a opção de usar o maçarico.
Mini Game
O jogo, quando se completa 50% ainda permite jogar um mini game em 8-bits, no qual se deve bater a faca entre os dedos até você errar, aquele mesmo jogo que os marines brincavam no começo de Aliens.
Veredito
Um dos melhores jogos da série Alien, que tenta prestar homenagem aos melhores momentos da franquia, e consegue. Ele ainda possui muita coisa que não deu pra por na análise, mas vale a pena pra qualquer fã de alien, e nem leva muito tempo pra terminar, no máximo de 4 a 6 horas, então da pra encaixar no meio de uma maratona dos filmes.
Saiba mais:
Entrevista com a Wayforward sobre o jogo clique aqui.
Aliens: Infestation na Xenopedia, clique aqui.