Crônicas de Eorzea
A história de Alucard del Seph & Rave a’ns Rafa
Pablo Marques (Gabuga)
Fonte do Vídeo: Eorzea Brasil
£ O Início £
Eu sinto, vai começar novamente, como sempre no início o vazio, a ideia amorfa. O que sou? Sou o avatar de alguém e vivo as aventuras que ele não pode? Sou uma ideia? Um conto? Uma vontade? Já fui vários, fui muitos e muito mais, no espaço, nas eras ancestrais, fui honrado e trai, homem, mulher, construto, pilotei máquinas, montei tigres, matei feras de beleza ímpar e terror extremo. É sempre assim, sou convocado, me torno o desejo representado e no final da jornada, volto ao vazio. Novamente sinto o chamado, mas agora é diferente, é uma daquelas vezes especiais, ela está aqui. Minha outra metade, meu complemento, a que me me torna inteiro. Juntos somos o sonho e desejo, a vida , a morte e as paixões encarnados, agora e para sempre. Ela está aqui e essa jornada vai ser nossa.
Agora o chamado proclama suas regras, bem sempre existe regras. Regras trazem a ordem, e regras possibilitam as escolhas. O que eu serei hoje? Ora vejam, este reino pertence a um universo conhecido e muito visitado, quem quer que seja meu títere gosta muito dele. Quem serei? Hum, raça interessante, meio felina, meio humana, desta vez tenho cauda! Um nome, um batismo, Alucard del Seph ? Estranho! Quase sempre me chamo Gabu… bem deixa pra lá, deve haver um motivo. Minha companheira é humana, Rave a’ns Rafa, um nome que homenageia duas pessoas queridas, apropriado. Eu tenho cabelos brancos, de novo. Ela tem suas já tradicionais madeixas vermelha. Interessante! Ela é uma arqueira, geralmente sou eu que lanço as flechas, bem me resta ser outro espectro da destruição como me é de praxe.
Espere, há algo errado, as regras, sempre elas, se eu escolher um mago da destruição serei separado por um continente dela, e pelo que parece, ataque com armas brancas não apetece meu senhor, o que fazer? Só se, não, ou talvez sim, afinal é o que me resta, serei um clérigo da cura, um conjurador, vida no lugar de morte. Salvação invés de danação. As escolhas foram feitas, as regras cumpridas. Começo a cair, minha consciência indo, meu ser sendo totalmente tomado pelo que vou me tornar, será assim até o fim da jornada. A queda acelera, logo não me lembrarei nem desses últimos pensamentos, caindo, rápido, vejo o novo reino, olho ao lado e vejo minha amada, ela sorri, nós dois sorrimos. Que comece a aventura.
£ Capítulo I £
Escuro, uma voz me confronta no escuro, sinto as intenções hostis, a fala é dura, ele quer acabar comigo. Porque? Não sei e acho que não viverei o tempo suficiente para saber. Outra voz agora, clara, cristalina, ela me acalma, sinto uma onda de paz e com a paz, o poder. A voz negra me ataca, com a força recém adquirida revido o ataque, energias se chocam, tudo é luz, algo me puxa para longe, tudo em minha frente some em um clarão, ao longe vejo a silhueta de um grande cristal, então mais luz e de repente estou em outro lugar.
Apareço em uma praça em frente ao cristal gigante que marca o ponto de teleporte de Gridania, tive uma visão louca durante o teleporte, nunca vou me acostumar a ele. Ao meu lado minha companheira se materializa, viemos até aqui em busca de resposta, pois por uma razão que não sabemos, nosso passado é nebuloso, só nos resta a forte intuição que devemos estar aqui e agora, somos aventureiros, sempre em busca de trabalho, coisa simples como matar monstros, defender um reino e salvar o dia, com a esperança que fazendo isso, um pouco de nossas perguntas sejam respondidas.
Vamos a taverna, que também funciona como hospedaria e porto para a airship. Somos recebidos pela dona que após uma breve apresentação nos encaminha para pessoas que podem nos arrumar os trabalhos. Fazemos um breve passeio pela cidade, entendemos como funciona a economia, o comércio, as guildas. Resolvemos começar com os trabalhos fornecidos pela nossas guildas. Rave, minha amada companheira, vai para a guilda dos arqueiros. Eu, vou para a guilda dos conjuradores, devo admitir que me sinto meio estranho com a ideia de curar, mas não consigo entender o porque.
O primeiro trabalho de Rave é matar alguns esquilos e fungos, vamos a floresta e começa o extermínio dessas pragas, ela elimina seus alvos com facilidade e graça, eu tento ajudá-la, porém, meus melhores ataques ficam muito aquém do esperado, o dano que causo é pequeno, o tempo para conjurar minhas magias de ataques é demasiadamente longo. Além disso recebo dano com facilidade, porém consigo curar de forma muito eficiente.
Terminada a tarefa sinto-me decepcionado com minha performance, mas, nada falo a Rave, seguimos cumprindo as tarefas da guilda dela, já que as tarefas da minha guilda se resumem a curar um aldeão, ajudar na recuperação de um fazendeiro, coisas que Rave pouco pode me ajudar.
Vamos para uma outra parte da floresta com animais mais desafiadores, Rave acha um grupo grande de Opas-opas, animais como macacos, eles são ágeis e atiram pedras em seus desafetos, tentar matar eles não é recomendado para aventureiros com nosso nível de habilidade, mas, estamos perto do recomendado e Rave acha que eles trariam uma boa recompensa. Ela começa a atacar e mata alguns com certa facilidade, mas, logo outros se juntam para defender o bando, meus ataques pouco valem e vejo que Rave está com dificuldades, eu mesmo começo a me ferir de forma séria, começo a curar a nós dois e tento atacar também, os Opas-opas aumentam o ataque, estamos levando sérios danos, eu insisto no ataque, logo vejo Rave em apuros, começo a curá-la, uma duas, três vezes, seguidas, esqueço de mim mesmo por um tempo, ignoro meus danos, quando me dou conta tudo começa a rodar e minha visão se turva e finalmente tudo some.
Apareço novamente no cristal da cidade, olho para o lado, Rave não está comigo, ela ainda está combatendo os Opas-opas, corro para ajudá-la, rápido, mais rápido, entro na floresta, escuto o combate, vejo cinco criaturas a atacá-la, ela tenta fugir, usa poções de cura mas está em séria desvantagem. Meus instinto grita que é para atacar os Opas-opas, chamar a atenção deles, porém sei que não vou conseguir fazer isso com todos e a chance de nós dois sermos vencidos é grande. Então, me vem a ideia, esqueça o ataque, CURE. Começo a curar a Rave, isso atrai a atenção dos Opas-opas, me atacam, eu me curo também, sem me preocupar em contra-atacar, fica mais fácil me concentrar em nos curar. Falo para Rave voltar a cidade, seguimos correndo pela estrada, Rave atacando as criaturas, tentando mantê-las longe, eu nos curando. Conseguimos avançar até os portões de Gridania, os guardas dos portões nos ajudam e despacham os últimos Opas-opas de vez.
Já dentro da cidade de Gridania, recuperamos o fôlego. Reflito e vejo que essa experiência me mostrou que no momento, não adianta lutar contra a natureza, somos o que somos, caio em desânimo, se continuar assim, se eu continuar lutando contra o que sou logo não poderei mais ajudar Rave, ela ficará desamparada e sozinha neste mundo e bem sei que muito da responsabilidade dela estar aqui é minha. Bem, pode até ser que somos o que somos, mas isso não quer dizer que não podemos mudar e evoluir, mesmo que isso tenha um alto preço, por hora vou tentar ser o melhor healer possível, mas trago comigo uma certeza, não vou aceitar passivamente minha natureza, vou mudá-la, senão, nunca ficarei em paz, nunca me aceitarei.
Eu e Rave ficamos na taverna até o cair da noite, comentamos sobre o dia e fazemos planos para o futuro. Os olhos dela brilham quando faz esses planos, ela quer deixar nossos nomes registrados na história de Eorzea. Nada falo a ela sobre meus planos, não compartilho com ela meus temores, inseguranças e preocupações, não compensa tirar a alegria dela com algo que ela não pode mudar, mas uma coisa é certa Alucard del Seph não nasceu para curar o mundo, ele nasceu para sangrá-lo, e fará isso.
£ Continua £
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