O “Rosado” de muitas faces

Autor: Vinicius

Ficha Técnica:

Kirby 64: The Crystal Shards

Data de lançamento: 24 de Março de 2000

Plataformas: Nintendo 64 / Wii / WiiU

Outras análises do autor para o RPG: Glory of Heracles (DS) / Alien. A trilogia (livros) / SteamWorld Heist (3DS)

Não gosto da quinta geração de consoles, mas de vez em quando saia algo bom dela, como Kirby 64: The Crystal Shards, o penúltimo jogo da série dirigido por Masahiro Sakura, criador da série, e um dos últimos jogos lançados para o console.

Visual

Eu admito que esse jogo, pros padrões da época, era muito bonito, um belo exemplo de 2.5D que se mantém fiel ao estilo gráfico de seus predecessores 2D, e que graças as texturas do 64 dão a impressão de uma mistura de Kirby’s Dreamland 3 e Kirby’s Adventure. O jogo ainda possui várias cutscenes que são extremamente bem animadas e charmosas, mostrando nosso herói interagindo com seus amigos e inimigos.

Gameplay

Chegamos agora ao ponto alto dos jogos de Kirby. Geralmente os jogos do Kirby são considerados fáceis, um bom ponto de entrada  pra principiantes, mas também são jogos cheios de segredos que apenas os mais habilidosos conseguiram encontrar. E esse jogo não é diferente. Gameplay bem similar aos jogos anteriores, e aos futuros, mas com suas mecânicas próprias.

Conhece a tragédia de Darth Kirby, o Rosado?

O protagonista como na maioria de seus jogos pode engolir os seus inimigos e adquirir suas habilidades, infelizmente esse jogo não segue o padrão imposto por Kirby All Stars, em que cada habilidade dava um moveset completamente novo ao personagem, rivalizando até a lista de golpes de jogos de luta da época, aqui eles são mais simples, dando apenas uma habilidade ao personagem, e algumas delas como Cutter foram nerfadas, mas para compensar todas as habilidades podem ser combinadas com outras habilidades, criando poderes novos que nunca foram vistos antes. Como por exemplo, ao combinar Cutter com Electricity Kirby adquire o Sabre de Luz duplo de Darth Maul, ou combinando Ice com Bomb kirby ganha a habilidade de se transformar em um boneco de neve explosivo, e os poderem ainda podem ser combinados entre si, ao combinar Needle consigo mesmo, Kirby ganha a habilidade de se transformar em um canivete suíço. E essas combinações não servem somente para variar os movesets do kirby, elas também são usadas para procurar segredos nas fases, como usar a combinação de Electricity e Bomb para se transformar em uma lâmpada e iluminar salas escuras.

E essas combinações não servem somente para variar os movesets do Kirby, elas também são usadas para procurar segredos nas fases, como usar a combinação de Electricity e Bomb para se transformar em uma lâmpada e iluminar salas escuras.

Cartucho de Kirby para o N64

E esses segredos, assim como em todos os jogos do Kirby, são a única maneira de se chegar ao verdadeiro chefão final. Aqui se manifestam como vários cristais, que podem ser encontrados atrás de paredes especiais que só podem ser destruídas com combinações especificas de poderes, como previamente mencionado, puzzles e defendidos por mini-chefes.

Outro elemento que volta é a habilidade de se inflar do Kirby para flutuar, mas, essa habilidade foi nerfada, de modo a manter o desafio, uma decisão de design estranha para veteranos da serie, mas, uma decisão bem vinda.

E é claro que a mudança para modelos 3D teve de trazer algum elemento para o gameplay, entre eles alguns dos melhores e clássicos chefes da série, como por exemplo, Whispy Woods, que eu sempre considerei um chefe chato, devido a suas batalhas sempre iguais. Aqui se torna uma ameaça que ataca por todos os lados e com vários padrões de ataques diferentes, ou HR-H que ataca pelo Barckground e ainda se transforma de maneira a aproveitar o espaço imitado para lutar com ele, e até mesmo o chefe secreto do jogo, sendo uma versão 3D da batalha do chefe do jogo anterior (Kirby 3).

O jogo ainda conta com três minigames bem simples que podem ser jogados com até 4 jogadores, cada um controlando um amigo do Kirby. Não são os mais complexos, mas distraem.

Se eu tivesse que reclamar de algo em relação ao gameplay seria como o Kirby se move devagar, uma critica que tenho a muitos dos jogos dessa geração, e que quando se termina uma fase você tem que controlar o kirby para pular em uma tolha de picnic e pegar um item, que varia de uma vida, comida para recuperar a barra de vida do kirby, que não se recupera entre fases, e até uma carta com informações sobre os chefes e inimigos do jogo, mas alem de ser difícil de acertar, as cartas ainda são randômicas e você pode acabar pegando varias copias da mesma.

Som

Quando o assunto é musica a serie do Kirby tem varias trilhas memoráveis e animadas, e aqui não é diferente, desde a abertura que começa animada e se torna sinistra, as musicas extremamente animadas do primeiro mundo, a trilha de heavy metal da luta contra King Dedede, as músicas praianas do mundo 4 (confira abaixo).

Simplesmente uma trilha excelente. Os efeitos sonoros são bons, reutilizados de jogos anteriores, mas bons.

Quanto aos efeitos sonoros, nada de muito diferente do que já vimos na série, são efeitos bons, mas a maioria nesse ponto já tinha sido ouvido várias vezes, e ainda seriam ouvidos por anos após esse jogo.

Veredito

Quão bom é esse jogo no fim das contas? Esse jogo é ótimo, um dos melhores jogos do Kirby. É tão bom na verdade que eu estou falando bem de um jogo de N64.

Curiosidades

Originalmente o jogo permitira controlar os amigos do Kirby, King Dedede, Adeline e WadleDee, todos com seus movesets próprios, infelizmente esse elemento foi cortado, provavelmente devido a falta de memória do cartucho do N64.

Adeline, um das personagens favoritas da serie, originou-se nesse jogo, e só apareceu anos depois em Kirby Star Allies, pro Switch.