Fala galera!!! Hoje é dia de Retro Game Club de TERROR!!! RGC noturno, com um dos melhores RPGs modernos. Um jogo único, e que até hoje se mantém isolado em sua posição, tanto pelo seu papel na história dos games, quanto por sua comunidade profundamente dedicada, que faz com que o jogo valha a pena ainda hoje.

Fatal Frame (quem sabe um dia)? Silent Hill (quase fiz)? Castlevania (já foi, pelo menos uma vez)? Kenseiden (quem sei quem???)? Não.

Clock Tower (também)? Siren (medo)? Michigan: Report from Hell (também já foi)? Kuon (cara, ainda tenho que jogar)? Alone in the Dark (os velhos são muito velhos, os novos são muito médios)? Não também.

O jogo da semana é:

Vampire: The Masquerade – Bloodlines

Vampire: The Masquerade – Bloodlines é um RPG de ação desenvolvido pela Troika Games, e publicado pela Activision, lançado em 2004 para Windows.

O jogo foi desenvolvido na Source Engine, e lançado NO MESMO DIA que Half-Life 2, ambos em 16 de novembro de 2004.

Trata-se de um RPG nos mesmo moldes, hoje famoso e muito copiado, da série Elder Scrolls (Morrowind, no caso, porque Oblivion foi lançado em 2006). O jogo teve um desenvolvimento bastante atribulado, sendo lançado incompleto, devido ao prazo dado pela Activision, não mais negociável, para o lançamento do jogo.

O jogo acabou levando o estúdio Troika à falência, mas dois dos três fundadores hoje trabalham na Obsidian Entertainment, tendo participado do desenvolvimento de Pillars of Eternity, outro RPG, mais recente, e muito bom.

Vampire: The Masquerade – Bloodlines acabou se tornando um sucesso cult, cheio de seguidores ferrenhos, mas foi um fracasso de vendas no lançamento – com aproximadamente 80 mil cópias vendidas (também, mesmo dia de Half-Life 2? Sacanagem né. Ah, no mesmo dia também foram lançados Halo 2 e Metal Gear Solid 3. Pois é.).

Esse dedicado grupo de seguidores continua atualizando o jogo até hoje, e o patch não oficial hoje se encontra na versão 9.7, e faz parte versão do jogo disponível à venda no GOG – esse grupo foi muito além de correções técnicas, finalizando a história, inserindo conteúdo inacabado e cortado (depois de finalizá-lo), e modificando incongruências de design.

Apesar de seus problemas técnicos, grande número de bugs, e história inacabada, existem pouquíssimos jogos (contados nos dedos), com uma atenção aos detalhes tão profunda quanto Vampire: The Masquerade – Bloodlines.

O jogador controla um vampiro recém transformado, que cai de cabeça no Mundo das Trevas – o World of Darkness, que concentra diversas criaturas míticas diferentes, cada uma com sua versão do apocalipse à espreita, em sua disputa pelo controle da noites na Terra – vampiros, lobisomens, magos, fadas, demônios, e diversos outros.

O jogador deve escolher um dos vários clãs de vampiros que fazem parte da Camarilla, a convenção dos sete clãs vampíricos que jurou proteger a Máscara – o segredo de sua verdadeira natureza, e que deve ser mantido à todo custo. Se violado, e um humano descobrir a existência de um vampiro, as punições podem ser severas. Política, intriga, conspirações, e brigas por poder permeiam o mundo de Vampire: The Masquerade – Bloodlines.

O jogador podia conversar, hackear, subornar, extorquir, lutar, atirar, e investigar o mundo das trevas. Cada forma diferente de interagir com o mundo levava a caminhos diferentes, diálogos diferentes, até mesmo áreas diferentes. O próprio clã escolhido modificava as possibilidades de interação.

O jogo também mistura as jogabilidades em terceira e primeira pessoa. Em terceira pessoa o combate corpo-a-corpo e em primeira pessoa o combate com armas de fogo. O jogador podia explorar diversas áreas diferentes da cidade de Los Angeles, cumprindo as tarefas de Sebastian LaCroix, príncipe vampírico da cidade de Los Angeles.

Apesar do desenvolvimento atribulado, o jogo recebeu notas altas da crítica, que o elogiou pelo sua história, pelas possibilidades de interação com o mundo, e pelo seu roteiro/texto. O jogo acabou ficando a um passo de se tornar um obra-prima, na opinião de vários reviewers, mas acabou garantindo sua posição na história do nosso hobby. A nota dele é 8.0 no Metacritics, e ele está por nove reais no GOG.


Vampire: The Masquerade – Bloodlines faz parte do RPG de mesa Vampiro – A Máscara, icônico livro lançado em 1991, escrito por Mark Rein bolinha Hagen (sempre li o nome dele assim, quem conhece sabe do que eu estou falando).

 

Símbolo místico dos góticos do mundo todo, Vampiro – A Máscara inspirou uma geração de jovem brasileiros a pintar as unhas de preto e andar de sobretudo no nosso ameno clima de 30ºC. Cheguei a jogar na minha adolescência, com o meu Assamita japonês Yakuza de 200 anos que só andava de terno branco. Pois é.

 


A Entrevista com o Vampiro pode ser mais famoso, mais bem produzido, e até mais simbólico.

Mas o melhor filme de vampiros já feito é Vampiros de John Carpenter. Quem nunca assistiu não sabe o que está perdendo. Fica a indicação.


Para fechar, Anjos da Noite: Underworld. Pode ser uma série bem canastrona, mas ilustra super bem a política e a visão das pessoas que um dia jogaram Vampiro – A Máscara. E o quinto filme tá aí, passando no cinema, Underworld: Blood Wars:

https://www.youtube.com/watch?v=LUVmhAJtmhA


É isso aí galera, espero que curtam, e, como sempre, bom jogo a todos!